terça-feira, 24 de novembro de 2009

Por que as mulheres demoram tanto no banheiro?


O grande segredo de todas as mulheres com relação aos banheiros é que, quando pequenas, eram levadas ao banheiro por sua mãe, que lhes ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso enquanto instruía:

"Nunca, nunca sente em um banheiro público".

E, em seguida, a mãe mostrava "a posição"*, que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar sem que, no entanto, o corpo entre em contato com o vaso.


*"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, super importante e necessária, e irá nos acompanhar por toda a vida. Com o passar dos anos, em nossa vida adulta, "a posição" torna-se dolorosa, difícil mesmo de manter quando se está com a bexiga "estourando".


Mas então. Quando a gente TEM que ir ao banheiro público, encontra uma fiiiiila de mulheres que faz você pensar que o Bradd Pitt deve estar lá dentro. Então você se resigna e espera, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando". Aí então finalmente chega a sua vez - isso se não entrar a típica mamãe com a menina que não pode mais se segurar. Você então verifica cada cubículo por baixo da porta para ver se há pernas. E, claro, todos estão ocupados. Finalmente! Um se abre e você se lança em sua direção quase puxando a pessoa que está saindo.

Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa... você pendura a bolsa no gancho que há na porta e se não há gancho (quase nunca há gancho), você inspeciona a área.. o chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali. Então você a pendura no pescoço e observa como ela balança sob o teu corpo enquanto você é quase decapitada pela alça, porque afinal de contas a bolsa está cheia de bugigangas que você foi enfiando lá dentro, a maioria das quais você nem usa, mas - precavida que é - você guarda porque "nunca se sabe"...Mas, voltando à porta...Como nunca tem trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto com a outra vc abaixa a calcinha com um único puxão e se coloca "na posição".Alívio...... AAhhhhhh.....finalmente...Aí é quando os teus músculos começam a tremer ... Porque:- você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas- a calcinha cortando a circulação das pernas- o braço fazendo força contra a porta e- uma bolsa de 5 kg está pendurada no seu pescoço.

Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico (no fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça: "jamais sente em um banheiro público!!!"). E, assim, você mantém "a posição" com o tremor nas pernas...Bem, por um erro de cálculo na distância, um jato finíssimo salpica na tua própria bunda e molha até tuas meias!! Por sorte, não molha os sapatos.Adotar "a posição" requer grande concentração. Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, puuuuta que o pariuuuu...! O rolo está vazio...! (sempre)

Então você pede aos céus para que, nos 5kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos um miserável lenço de papel. Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta. Você pensa por um momento, mas não há opção... Ok, porta solta!

E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita OCUPAAADOOOO!!!

Aí, você considera que todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abri-la novamente (nisso, nós mulheres nos respeitamos muito) e você pode procurar teu lenço sem angústia. Você gostaria de usar todos, mas quão valiosos são em casos similares e você guarda um, por via das dúvidas.

Você então começa a contar os segundos que faltam para você sair dali, suando - porque você está vestindo o casaco, já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo. (É incrível o calor que faz nestes lugares tão pequenos e nessa posição de força que parece que as coxas e panturrilhas vão explodir.) Sem falar da porrada que você levou da porta, a dor na nuca pela alça da bolsa, o suor que corre da testa, as pernas salpicadas...Mas a lembrança de tua mãe (que estaria morrendo de vergonha se te visse assim) te consola, porque afinal de contas sua bunda nunca tocou o vaso de um banheiro público, porque, francamente, "você não sabe que doenças você pode pegar ali".... você está exausta.

Ao ficar de pé você não sente mais as pernas. Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!...Você, então, vai à pia lavar as mãos. Está tudo cheio de água, então você não pode soltar a bolsa nem por um segundo. Você a pendura em um ombro, e não sabendo como funciona a torneira automática, você a toca até que consegue fazer sair um filete de água fresca e estende a mão embusca de sabão. Você se lava na posição de corcunda de notre dame para não deixar a bolsa escorregar para baixo do filete de água... O secador? Ah, vc nunca usa! É um traste inútil, então você seca as mãos na roupa (porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa para isso!).Você então sai. Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato e você sair arrastando-o, ou pior, a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, e te deixou com a bunda à mostra!


Nesse momento, você vê o teu carinha - que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você.

"Por que você demorou tanto?", pergunta o idiota.

Você se limita a responder"A fila estava enorme"


Bom... E esta é a razão porque as mulheres vão ao banheiro em grupo. Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa e o casaco, a outra segura a porta e assim fica muito mais simples e rápido, já que só se tem que se concentrar em manter "a posição". Ah, e, claro, e a dignidade.Este texto é uma homenagem e um sincero agradecimento a todas as amigas que já me acompanharam ao banheiro.


(De Autora desconhecida, mas sábia, com alguns salpicos meus, ehehehehe...)

terça-feira, 17 de novembro de 2009


" Não sei bem onde foi que me perdi;

talvez nem tenha me perdido mesmo,

mas como é estranho pensar que isto aqui fosse o meu destino desde o começo."


Antonio Cicero

Cântico da Esperança


Não peça eu nunca

para me ver livre de perigos,

mas coragem para afrontá-los.


Não queira eu

que se apaguem as minhas dores,

mas que saiba dominá-las

no meu coração.


Não procure eu amigos

no campo da batalha da vida,

mas ter forças dentro de mim.


Não deseje eu ansiosamente

ser salvo, mas ter esperança

para conquistar pacientemente

a minha liberdade.


Não seja eu tão covarde,

Senhor, que deseje a tua misericórdia

no meu triunfo, mas apertar a tua mãono meu fracasso!

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.


Fernando Pessoa

Se seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil. (...)
Sonhe!"

Vem andar comigo

JOTA QUEST


Basta olhar no fundo dos meus olhos

Pra ver que já não sou como era antes

Tudo que eu preciso é de uma chance

De alguns instantes

Sinceramente ainda acredito

Em um destino forte e implacável

E tudo que nós temos pra viver

É muito mais do que sonhamos

Será que é difícil entender

Porque eu ainda insisto em nós

Será que é difícil entender

Vem andar comigo...


REFRÃO

Vem, vem meu amor

As flores estão no caminho

Vem meu amor

Vem andar comigo

Vem meu amor

As flores estão no caminho

Vem meu amor

Vem andar comigo

(...)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Parece...

Que a obsessão tá passando.
Já não penso todos os dias nele.
Já não acordo com a sensação que o mundo está perdido.
Já não sinto meu mundo vazio e sem paz sem o seu carinho.

























Eu realmente acreditava que o que me fazia amar um homem era a inteligência.
Elucubrações e digressões me impressionavam. Conhecimentos literários, artísticos, práticos seduziam a eterna adolescente em mim. Mas descobri que não era isso que me fazia amar: de nada adianta um cérebro invejável, citações brilhantes, se ele não rir das próprias besteiras, se não souber aproveitar as delícias do ócio de um sábado quente. Então percebi: bom humor era essencial.



É delicioso estar com alguém que vive sem arrastar correntes e faz dos pequenos horrores cotidianos inevitáveis piadas. Só que nem tudo é uma piada e, em certas horas, quero alguém que me conforte a alma. Nesses momentos, nada pior do que ser levada na brincadeira - existe uma imensa diferença entre a alegria de viver e a recusa a sair da infância. Então fui invadida pela certeza de que o que me fazia amar alguém era, antes de tudo, a sensibilidade.



Telefonemas de bom-dia, olhares que vêem, pequenos gestos incontidos - tudo o que eu podia querer. Ou quase. Só sobrevive ao meu lado alguém que grite comigo quando eu passar dos limites do bom senso, demonstre desagrado quando eu exigir demais e oferecer de menos.
Preciso ser cuidada, mas preciso da certeza de estar com um homem de verdade e não com um moleque preso no complexo de Peter Pan. Quero ser domada, tomada. Nem inteligência, bom humor ou sensibilidade me faziam amar alguém.



Talvez fosse virilidade. Mal abrir a porta da sala e ser consumida por beijos. Ter a roupa arrancada no caminho da cozinha. Ser desejada com urgência é um dos maiores elogios que uma mulher pode receber, mas só ser desejada de nada adianta: quando acaba o suadouro, o que resta? Se o que interessa é a movimentação, tudo bem. Mas se existe a possibilidade de ser esmagada pelo vazio de sentido após o orgasmo, de nada vale. Pelo menos se não vier acompanhado de cuidado, carinho. Pensei, então, que ele seria a pedra fundamental pra despertar meu amor. Mas carinho é um sentimento abrangente demais: nos invade desde a visão de um cachorro abandonado até a palavra confortadora de um desconhecido.





Um dia, cansei de tentar adivinhar. E, nesse dia, após tantas enumerações paralisantes e neuróticas, descobri. Hoje sei exatamente o que me faz amar um homem: o amor existir.
Quando é necessário justificá-lo, procurá-lo, racionalizá-lo, é sinal de que ele não está ali.
Simples assim.

Meu coração que estava quietinho, calmo na certeza que tudo estava certo. Foi remexido como as folhas em uma chuva mansa.
Nada foi retirado do lugar, nada foi arrancado e nem perdido.
Só que essa leve mexida foi o suficiente para me sentir de novo sem chão.
A chuva trouxe essa vontade de novo de explicar, de entender... o que não tem explicação

Eu Não Esqueço Nada
Kid Abelha
Composição: George Israel / Paula Toller

Vejo você de tão longe
Que só eu sei que é você
Só eu sei te ver
Lembro de tudo que houve
De tudo o que ia haver
Do que não foi nada
Dentro dos nadas que havia
Porque eu não esqueço nada
A não ser de te esquecer
Nem ao meio-dia
Nem de madrugada
Eu não esqueço nada
Eu não esqueci
Nem o alivio do fim
Nem o delírio do começo
Nem um dia comum
Você me trata tão bem
Mantém meu coração ferido
Vou lhe fazer um pedido
Não fique perto de mim

Porque quando acho que estou me afastando do perigo, pego o caminho de volta e recomeço a mexer nas antigas feridas.